O Hip Hop é um movimento cultural iniciado no final da década de 1960 nos Estados Unidos como forma de reação aos conflitos sociais e à violência sofrida pelas classes menos favorecidas da sociedade urbana. Movimento de reivindicação de espaço e voz das periferias, traduzido nas letras questionadoras e agressivas, no ritmo forte e intenso e nas imagens grafitadas pelos muros das cidades.
quarta-feira, 28 de maio de 2014
O etnocetrismo
O etnocentrismo e um visão em que a sua etnia ou cultura e mais valorizada, tida como a melhor, como o centro. Viviamos em uma sociedade onde a etnia, branca, era mais valorizado, e as religiões de matrizes africanas negadas. O hip hop foi criado justamente por isso, por serem excluídos, terem suas raízes negadas, foi criado por negros mas seus questões eram sociais, não só raciais. Foi criado de contra os ideais impostos pela sociedade, de uma etnia e cultura como melhor, não respeitando as diferenças e colocando os negros a margem da sociedade. Com tantas etnias e culturas diferentes surge o relativismo cultural, enquanto o etnocentrismo não aceitava as diversidades culturais,querendo impor a sua, o relativismo surge pra estudar as diferentes culturas. Ele estuda o comportamento delas, tentando entende-las, pro relativismo os valores e ideais, o certo e o errado e relativo, vai de acordo a culturas que você segue.
NEGRITUDE E HIP HOP
Em meio a uma conjutura de opressão social, política e racial sobre os negros, que os levava a violência e dizimação. Afrika Bambaataa, Kool Herc e outros DJ’s que estavam em contato com a cultura sound system vinda da Jamaica e outros ritmos americanos e africanos, uniram esses elementos em festas. As gangues foram encontrando naquelas novas formas de arte, uma maneira de canalizar a violência em que viviam submersas, e passaram a frequentar as festas e dançar break, competir com passos de dança e não mais com armas. Essa foi a proposta de Afrika Bambaataa, considerado hoje o padrinho da cultura Hip Hop.
A Cultura popular é o que caracteriza e qualifica um povo, é o que dá o tom a uma dada sociedade abrangendo um modo de vida. Ao contrário da 'cultura das elites', a cultura popular surge das tradições e costumes e é transmitida de geração para geração, principalmente, de forma oral. O Hip Hop por onde passou e se instalou se firmou enquanto cultura popular e ganha força nos guetos, favelas, espaços onde transmitem os costumes, ideologias e vivências, além de ser uma potente ferramenta em busca de melhores dias principalmente para a juventude. O movimento HIP HOP coloca o negro enquanto sujeito de atuação histórica, buscando como referência heróis negros, e vem negar a visão passiva do negro na sociedade brasileira. Através das produções de cada um dos elementos, podemos observar a visão protagonista do negro, se resignificando enquanto quilombos urbanos, espaços de luta e atuação.
- Lisia Lira
MULHER NO HIP HOP
Nas últimas décadas, uma nova geração de mulheres parece estar usufruindo de muitas conquistas das lutas de gerações anteriores de mulheres militantes como o maior espaço no mercado de trabalho, terem deixado de ser propriedade de seus maridos, a maternidade estar passando a ser escolha e não destino etc. No entanto, segundo BIONDI (2000), houve um momento na história do feminismo em que se percebeu que as experiências e demandas que vinham sendo discutidas pelo movimento eram, basicamente, as das mulheres brancas, heterossexuais, de classe média e que estas estavam sendo generalizadas e validadas como de todas as mulheres.
No Hip Hop essas questões também são discutidas pelas ativistas e agentes do mesmo, pois no rol de “questões sociais”, apenas muito recentemente aumenta a força de questões relativas à mulher. É possível perceber que, nas letras de rap de muitos grupos no Brasil e nos EUA, as mulheres aparecem como símbolos de status e objetos de consumo, ao lado de carros, jóias, armas e apartamentos. Muitas MC’s contam que já foram vaiadas durante shows e questionadas quanto sua capacidade como rappers, DJs, grafiteiras ou b.girls apenas por ser mulher. Esse preconceito intrínseco ao Hip Hop é reflexo de uma sociedade machista, mas que a luta diária das mulheres construindo uma nova cena, como diz a MC de Belo Horizonte, Bárbara Sweet:
“Com a formação da Frente Nacional de Mulheres do Hip Hop (FNMH2), movimento criado por ativistas, artistas e simpatizantes de todo país, que se reuniram para se expressar, debater e reivindicar mais espaço dentro cultura urbana para as mulheres, novas ações foram pensadas e a Liga Feminina de MCS já é um resultado da (FNMH2), que terá eliminatória em algumas cidades do Brasil. A ideia é fomentar e difundir a cultura do freestyle e das batalhas entre as mulheres, ajudando a trazer pra cena, através do intercâmbio com outras e do apoio mútuo, mais mulheres pro palco. Acho que a mulher está de fato descobrindo seu espaço. Não só no Hip Hop, mas na sociedade em geral. E o rap é só um reflexo. Acho que mais mulheres tem se mostrado competentes e independentes, fazendo som e rima de qualidade. Com uma pegada feminina linda e original. Acho que dentro dos 4 elementos as mulheres vem alcançando uma visibilidade baseada em competência e não em ser mulher de ciclano ou Beltrano. Ou em apenas ser uma mulher na cena.
- Lisia Lira.
- Lisia Lira.
ORIGENS
O hip hop surgiu nos Estados Unidos, na década de 70, mais precisamente nos subúrbios de Nova York e Chicago. Muito mais que se falar de música, o Hip Hop não se restringe apenas a musicalidade, ele se manifesta enquanto cultura de um povo, que pra aquela geração não se sentia representado e a conjuntura dessa cultura vai de encontro a tudo o que estava disposto pelo Estado Americano e que também se retratava nos países que estavam sobre influência política dos EUA, pois as realidades dos excluídos eram semelhantes.
Nos estudos de Andrade (1996) e Silva (1998), o Hip Hop é considerado como um movimento social juvenil, por sua contestação social e política através de seus elementos artísticos (rap, break, graffiti, dj), que garantem visibilidade e cidadania aos jovens que dele participam. Além de ser um movimento organizado, também discute sua função de vanguarda política e ideológica junto ao movimento negro. Através do Hip Hop os jovens negros de periferia começaram a ter o entendimento de suas realidades e se manifestar sobre ela, não que antes nada fosse visto, mas o Hip Hop vai surgir enquanto uma ferramenta de identidade e união. Dessa forma a cultura Hip Hop vai se organizar em torno de uma causa específica, criar uma identidade para os seus e lutar pelo seu reconhecimento em campos que vão além do artístico. Essa conotação dada ao Hip Hop como um movimento de “contracultura”, ou seja, contrário à ordem da cultura política vigente. Esta questão foi explicada por Sônia Alvarez, Evelina Dagnino e Arturo Escobar (2000) ao expor a relação entre cultura e política tomada pelos movimentos sociais ao criarem uma política cultural que confronte a cultura política hegemônica na sociedade.
- Lisia Lira
- Lisia Lira
Arte Educação HIP-HOP
O hip-hop, ele vem com uma característica
das comunidades carentes, dos morros e das Favelas. Tiveram pessoas que perceberam que o Hip-Hop
poderia mudar a vida de muitos jovens através do break do Rap expressando o que
sente e através e através do grafite.
Após ser inserida nas
instituições de ensino como Arte Educação-Hip-Hop, foi possível perceber que os
professores inverteram seus papéis e passaram a ser denominados educadores e no
decorrer do processo percebem que essa inversão tem feito a diferença na vida
de jovens para a sociedade, através da arte se utilizando do rap com suas rimas
e do break através de sua dança, meios estes que tem em suas letras mensagens
educativas, dotadas de capacidade de fazer com que esses jovens aprendam brincando.
Contudo, o Hip Hop não apenas mais
um estilo musical com um modo de cantar com levadas bem fraseadas e rimas bem
feitas, mais sim uma forma de representação que traz aspectos relevantes da
vida cotidiana e faz com que muitos jovens de bairros periféricos repensem sua
juventude ao invés de entrar no mundo das drogas.
"Nós fazemos parte de um corpo só,
Chamado rap, e então não vem querer julgar
Qual dos braços é o melhor,
Cada braço tem sua importância, seu jeito de ajudar,
Cê pode pá que eu vim ser mais um braço e só."
(Flavio Renegado)
terça-feira, 27 de maio de 2014
Feminismo, a insercao no hip hop
O hip hop comecou com um pensamento machista, pelo passado,de como o corpo da mulher negra era tratado como objeto. O inicio do feminismo no hip hop se deu com as mulheres fazendo participacao em musicas com outros rappers. A partir dai foi abrindo caminho, e algumas feministas declaradas foram aderindo ao movimento como queen latifah, mc lyte e yo-yo, que foram abrangendo um vasto publico e comearam a usar o hip hop como arma na luta femina por respeito e igualdade. Começaram a falar sobre temas como violencia domestica, abuso sexual, só homens no poder entre outros temas, e foram ganhando seu espaço no hip hop e voz perante a sociedade.
Hip hop musica de negro?!
O hip hop surgiu nas favelas e periferias. Pela sua predominância negra, e o local de onde surgiu, gerou preconceito. Era comum ouvi algumas pessoas dizerem que o hip hop era musica de negro, mas na verdade o movimento não foi criado para negros e sim por negros o que há diferenca. Existe todo um preconceito com os negros pelo ocorrido no passado, oprimidos, excluídos, fizeram da favelas e periferias seu lar, e do hip hop, uma arma contra o racismo e outras questões sócias, onde qualquer pessoa que se identificasse,poderia se juntar ao movimento.
Hip Hop e a cultura etnocêntrica.
As Favelas, ainda hoje são vistas como lugares carentes de cultura, onde a população que vive nessas comunidades sofre preconceitos, simplesmente por residirem lá. E a cultura desses locais, luta para encontrar a igualdade, mostrar a todos a sua força e a beleza de sua dança, música e arte.
Por outro lado, a ação etnocêntrica de outras culturas considera todas as expressões artísticas vindas da favela como inferiores, sempre com a ideia de que a sua cultura é a melhor e a que deve ser seguida. Diferente do que muitos pensam, a cultura não se restringe a arte, ela abrange vários campos do social. Caminhar, trabalhar, namorar, estudar, cozinhar, tudo isto é cultura. E o preconceito das outras culturas em relação a do Hip Hop está em todas essas áreas.
A melhor maneira de acabar com este pré-conceito e o etnocentrismo é provar para as outras culturas de que toda expressão é cultura, tudo que um coletivo produz por meio de sua realidade e passa através das gerações é cultura.
Os valores de todos devem ser respeitados. O objetivo da cultura Hip Hop é lutar contra a desigualdade e todos os preconceitos etnocêntricos da sociedade.
Por outro lado, a ação etnocêntrica de outras culturas considera todas as expressões artísticas vindas da favela como inferiores, sempre com a ideia de que a sua cultura é a melhor e a que deve ser seguida. Diferente do que muitos pensam, a cultura não se restringe a arte, ela abrange vários campos do social. Caminhar, trabalhar, namorar, estudar, cozinhar, tudo isto é cultura. E o preconceito das outras culturas em relação a do Hip Hop está em todas essas áreas.
A melhor maneira de acabar com este pré-conceito e o etnocentrismo é provar para as outras culturas de que toda expressão é cultura, tudo que um coletivo produz por meio de sua realidade e passa através das gerações é cultura.
Os valores de todos devem ser respeitados. O objetivo da cultura Hip Hop é lutar contra a desigualdade e todos os preconceitos etnocêntricos da sociedade.
Feminismo: Mulheres do Hip Hop na busca por reconhecimento
Uma nova e diversificada geração de mulheres jovens vem dando exemplos de que,
apesar das muitas e fundamentais conquistas conseguidas até aqui, ainda há muito por que
lutar para transformar relações de poder baseadas nas desigualdades de gênero. Na cultura Hip Hop. Sendo uma das expressões culturais juvenis de maior visibilidade no Brasil e em outros países, o lugar das mulheres ainda é reduzido e aquelas que buscam se inserir têm que lutar cotidianamente por mais espaço e reconhecimento dentro de uma cultura regida por uma lógica masculina que as torna quase sempre invisíveis.
Nesse processo, a relação entre mulheres do Hip Hop e movimentos e organizações
não governamentais feministas, de mulheres e/ ou de mulheres negras é inegável. ONGs
como Geledés, em São Paulo, e Criola e Cemina, no Rio de Janeiro, passam a trabalhar com
Hip Hop a partir da perspectiva de gênero e/ou da luta das mulheres negras e, nesse processo,
jovens mulheres do Hip Hop passam a se vincular a iniciativas dessas organizações.
Não se pode afirmar que a relação entre mulheres e homens no universo do Hip Hop
tenha sido profundamente alterada. A cultura Hip Hop encontra-se
inserida em uma sociedade onde, apesar de importantes conquistas da luta pelos direitos das
mulheres nas últimas décadas, as desigualdades de gênero continuam presentes em muitas
esferas das relações sociais (diferenças salariais na ocupação de um mesmo posto de trabalho, 9
altos índices de violência contra a mulher, responsabilização majoritária da mulher pela
realização das tarefas domésticas e cuidados com as crianças (filhos(as), irmãos(ãs), netos(as)
etc). Quando se pensa que tais desigualdades de gênero estão também desigualmente
“distribuídas” entre as mulheres brasileiras de acordo com sua classe social, raça e local de
moradia e que a maior parte das participantes de grupos e movimentos de Hip Hop são
mulheres negras, pobres e moradoras de bairros periféricos e/ou favelas, é possível concluir
que entre elas estão mulheres que lidam com tais desigualdades de maneira ainda mais
profunda em seu cotidiano.
Hip Hop, Movimento de Contracultura
Nas sociedades capitalistas, a organização da sociedade promoveu a observância de um interessante processo de homogeneização da população como um todo. Diversos teóricos apontaram uma reprodutibilidade em alta escala de formas de pensar, agir e sentir. Nas Ciências Humanas, os conceitos de “cultura de massa” e “indústria cultural” surgiram justamente para consolidar tal ideia.
Partindo para o campo das práticas culturais, também podemos notar que o desenvolvimento de costumes vão justamente contra os pressupostos comungados pela maioria. Foi nesse momento em que passou a se trabalhar com o conceito de “contracultura”, definidor de todas as práticas e manifestações que visam criticar, debater e questionar tudo aquilo que é visto como vigente em um determinado contexto sócio-histórico.
Um dos mais reconhecidos tipos de manifestação contracultural aconteceu, nos Estados Unidos.
Primeiramente cabe reconhecer o
Hip-Hop como um movimento de conscientização popular que visa à construção de
uma sociedade diferente, onde haja a igualdade, liberdade e justiça social,
luta-se contra a hegemonia e os padrões vigentes. Em outras palavras, o Hip-Hop
é um movimento de contracultura popular, que nasce do povo, mais
especificamente da favela, ou seja, tem uma característica contrária a todos os
outros movimentos.
Hip-hop: um movimento de minorias para as maiorias?
Numa sociedade global, entende-se por minoria “uma sociedade
particular caracterizada por aspirar a um modo de viver próprio que a distingue
do conjunto e que, de certo modo, a põe à parte.”
Uma minoria não está necessariamente afastada ou isolada da
sociedade nacional. Ela é constituída como coletividade ou uma comunidade própria
com base na raça, religião, língua ou de um estilo de vida e cultura diferentes
do resto do país ou conjunto, criando assim ligações de afeto e afinidade que
acabam gerando um afastamento deste grupo do resto da população, ainda que o
mesmo se encontre disperso.
Já faz algum tempo que o hip-hop deixou de ser um gênero subterrâneo
para chegar às massas. Considerado uma cultura de minorias, o movimento
expandiu-se a todas as classes sociais, pessoas de diferentes culturas e de
ambos os sexos. Há quem simpatize com a cultura hip-hop com o único intuito de
diversão, convivência com o grupo, ou outros motivos superficiais. Porém,
certamente tudo isso se esvaziaria e sofreria mutações com o passar do tempo,
se por trás das roupas largadas e pinturas coloridas não existisse uma causa, o
engajamento social e uma estratégia de atuação.
O Hip Hop e a Filosofia
O Hip Hop é um gênero musical incompreendido por muitas pessoas. Recentemente, tem sido associado ao estilo ostensivo dos cantores de rap, que exibem seus carrões e correntes de ouro, ou ainda, a músicas depreciativas, principalmente em relação às mulheres. No entanto, poucos sabem que o Hip Hop tem suas raízes fixadas em uma forte ideologia de emancipação dos negros e na redução da desigualdade social decorrente do preconceito racial. Release: O Hip Hop é um gênero musical incompreendido por muitas pessoas. Recentemente, tem sido associado ao estilo ostensivo dos cantores de rap, que exibem seus carrões e correntes de ouro, ou ainda, a músicas depreciativas, principalmente em relação às mulheres. No entanto, poucos sabem que o Hip Hop tem suas raízes fixadas em uma forte ideologia de emancipação dos negros e na redução da desigualdade social decorrente do preconceito racial.
O Hip Hop como expressão sociocultural das periferias
A partir da década de 60 que essas mudanças começaram a ocorrer. Surgiram movimentos de ruptura e de contestação das formas tradicionais e canonizadas de cultura e arte. A arte, enquanto produto do conhecimento humano, sempre sofreu mediações para ser compreendida. A sacralização artística não permitia novas interpretações, assim, era instituído um lugar de poder entre o artista e o apreciador da arte. Além disso, era rebaixada toda produção artística ou cultural que não seguisse aos padrões estabelecidos socialmente e politicamente. Pensar a periferia das grandes cidades e sua relação com a pós- modernidade é também pensar a relação que há entre as minorias e os grupos de poder estruturados ao longo dos anos na sociedade. O modo de representação da periferia como “pós-centro”, dentro da perspectiva “pós-estrutural”. A violência, o desrespeito, o sofrimento, a indiferença, a impunidade e, principalmente o preconceito fazem parte da vida de quem mora nos bairros mais pobres e esquecidos pelo poder público. Esses aspectos da pós-modernidade dentro de uma perspectiva sociocultural, diz respeito ao estudo de grupos minoritários que ocupam o cenário das periferias das grandes cidades. Percebe-se que esses grupos constituídos essencialmente por negros, pobres e marginalizados, vítimas até hoje do sistema excludente da sociedade, são produtores de cultura, de música e de arte como qualquer outro e expressam-se conforme a necessidade de sentir-se ouvidos.
O Hip Hop através da imaginação sociológica
Entendemos por “imaginação sociológica” a percepção
diferenciada de coisas e situações que estamos habituados em nosso cotidiano,
ou seja, um olhar mais vasto e renovado nos permitindo ver que muitos eventos
que parecem dizer respeito somente a nós mesmos, na verdade refletem questões
mais amplas.
Para quem está de fora
e julga por não conhecer o movimento, é importante não desconsiderar as
questões políticas no contexto da visão e aceitação social no que diz respeito
o hip hop. A galera que segue o movimento, não
busca apenas um “passatempo” que lhe permita escapar através da arte da sua
realidade. Eles, acima de tudo buscam expressar e dar voz aos seus ideais,
dramas e necessidades, no intuito de criar laços sociais e políticos por meio
da difusão e articulação de causas. O hip hop levanta a bandeira para muitas
causas importantes e para entendê-lo não é tão simples assim. Há quem pense que
se trata apenas de um gênero musical, ou uma dança. Para muitos, um estilo de
vida. Tem quem pense que não passa de ostentação e coisa de marginal ou até
mesmo ultrapassado. No entanto, o movimento desenvolve práticas criticas e
criativas questionando assim a desigualdade social, através de cultura. Combinam-se
discussões variadas que chegam ao imaginário social, umas com mais intensidade,
outras com menos, mas ainda sim tentando fazer com que o público se envolva,
entenda, ou não, o seu potencial político.
Para entendermos melhor não só o hip hop, mas outras
diversas causas que às vezes nos parecem tão simples e superficiais, é, digamos
que necessário usar as três implicações praticas da sociologia. São elas:
1- Consciência das diferenças culturais: A sociologia nos permite ver a
sociedade em pontos de vistas que não são os nossos. Resultando em: se nós
compreendermos como os outros vivem, logo, começaremos a adquirir um melhor
conhecimento sobre quais são os seus problemas.
2- Avaliando os efeitos das políticas: O estudo sociológico fornece ajuda
pratica na avaliação dos resultados de iniciativas políticas, ou seja, um
programa de reforma prática pode simplesmente fracassar em realizar o que seus
planejadores buscavam ou pode trazer consequências involuntárias e desastrosas.
3- Auto-esclarecimento: Considerado o mais importante, a sociologia nos
fornece uma maior compreensão de nós mesmos. Quanto mais sabemos como e porque
agimos e como se dá o completo funcionamento da sociedade em que vivemos,
provavelmente seremos mais capazes de influenciar nosso futuro.
domingo, 25 de maio de 2014
O Hip Hop e as condições sociais
Segundo o sociólogo francês François Dubet, em uma
entrevista concedida para o IHU On-line, os indivíduos “constroem sua
experiência a partir de recursos, de modelos culturais e de condições sociais
que lhes são impostas.”
Diante disso, concluímos que o movimento Hip Hop,
constantemente associado a uma arte voltada para segmentos excluídos no espaço
urbano, se dá a partir das condições sociais e culturais impostas por um
sistema mundial de valores e produtos simbólicos focados numa modernidade
totalmente ocidental e estereotipada.
O objetivo do movimento se concretiza através da criação de novos estilos
e formas de expressões que são, na maioria das vezes influenciados pelas
condições de opressão estruturadas historicamente.
A junção de quatro elementos de expressão
artística, dança (break), artes plásticas (grafite), música (DJ) e poesia (MC), deu origem ao movimento.
sexta-feira, 23 de maio de 2014
Documentario Hip Hop " a voz da periferia"
Documentário dos estudantes de Jornalismo, da Universidade Anhembi Morumbi.
Neste, é contada parte da história do Hip Hop e fica claro a verdadeira intenção do movimento.
O título "A voz da periferia" não é por acaso, pois o movimento Hip Hop deu oportunidade ao "esquecidos" de mostrarem sua realidade através das músicas, além dos coletivos formados dentro das comunidades afim de resgatar jovens do crime por meio da educação.
quinta-feira, 15 de maio de 2014
Origens
O hip hop surgiu nos Estados Unidos, na década de 70. Mais precisamente nos subúrbios de Nova York e de Chicago. Em meio a uma conjutura de opressão social, política e racial sobre os negros que levava a violência e dizimação. Afrika Bambaataa, Kool Herc e outros DJ que estavam em contato com a cultura sound system vinda da Jamaica e outros ritmos americanos e africanos, uniram esses elementos em festas. As gangues foram encontrando naquelas novas formas de arte, uma maneira de canalizar a violência em que viviam submersas, e passaram a frequentar as festas e dançar break, competir com passos de dança e não mais com armas. Essa foi a proposta de Afrika Bambaataa, considerado hoje o padrinho da cultura Hip Hop.
Nos estudos de Andrade (1996) e Silva (1998), o Hip Hop é considerado como um movimento social juvenil, por sua contestação social e política através de seus elementos artísticos (rap, break, graffiti, dj), que garantem visibilidade e cidadania aos jovens que dele participam. Além de ser um movimento organizado, também discute sua função de vanguarda política e ideológica junto ao movimento negro.
Mulher no Hip Hop
Ativistas, artistas e simpatizantes de todo país se reuniram para se expressar, debater e reivindicar mais espaço dentro cultura urbana no II Fórum de Mulheres do Hip Hop e criaram, oficialmente, a Frente Nacional de Mulheres do Hip Hop. “A primeira missão é o fortalecimento. Sabemos que a mulher não está dentro do cenário desde a década 90, temos essa dificuldade de inserção e, em 2011, isso não mudou.” - Sharylaine, de 42 anos, uma das pioneiras do rap em São Paulo.
Uma das ações da Frente Nacional de Mulheres do Hip Hop (FNMH2) é a Liga Feminina de MCS, que terá eliminatória em algumas cidades do Brasil. A ideia é fomentar e difundir a cultura do freestyle e das batalhas entre as mulheres, ajudando a trazer pra cena, através do intercâmbio com outras e do apoio mútuo, mais mulheres pro palco. "Acho que a mulher está de fato descobrindo seu espaço. Não só no Hip Hop, mas na sociedade em geral. E o rap é só um reflexo. Acho que mais mulheres tem se mostrado competente e independente, fazendo som e rima de qualidade. Com uma pegada feminina linda e original. Acho que dentro dos 4 elementos as mulheres vem alcançando uma visibilidade baseada em competência e não em ser mulher de ciclano ou Beltrano. Ou em apenas ser uma mulher na cena." - Bárbara Sweet (MC).
quarta-feira, 14 de maio de 2014
O Movimento Social
O berço do hip hop brasileiro é São Paulo,
onde surgiu com força nos anos 1980, dos tradicionais encontros na rua 24 de Maio e no
Metrô São Bento. Este movimento teve grande aceitação aqui no Brasil principalmente entre os jovens negrosdas favelas e periferias, utilizam o Hip Hop como grito de resistência, a opressão, preconceito e exclusão sócio-espacial. O Rap é a voz do povo negro na periferia, pois as letras repercutem na denúncia e na elevação da auto-estima do jovem da periferia. O Movimento pode ser considerado uma alternativa
efetiva de proteção social para adolescentes que se encontravam em situação de,
teoricamente, maior vulnerabilidade social. Uso de drogas e de violência, e
também o Movimento contribui para o aumento ou desenvolvimento da
capacidade de resiliência dos adolescentes. Essa capacidade é descrita por
autores como Célia e Souza (Risco e Resiliência, 2002)
quarta-feira, 7 de maio de 2014
" Juventude Problema"
O Movimento Hip-Hop. não de hoje, mas de um bom tempo atrás, é indiscutivelmente o principal canal de manifestação da juventude brasileira, sobretudo urbana e de baixa renda.
Grupo social que, num passado recente, foi definido por alguns como "juventude é o futuro " , hoje tem reconhecido o importante papel que joga como protagonista nas lutas e avanços da sociedade brasileira.
Porém, por mais importante, numerosa e determinante que seja sua participação, não resume o conjunto de sociedade, e sim parte dela.
O Hip-Hop não é diferente.Nada mais é que o reflexo dessa participação.Portanto, temos de ser vigilantes e não permitir, como alguns defendem, que o movimento se isole. O isolacionismo leva ao ostracismo. Será que é por isso que lutamos? Afinal, que revolução é essa que movimento apregoa?
Não podemos confundir vitórias pontuais com revoluções com o conjunto da sociedade. Claro, respeitando a autonomia e as particularidades das partes,valorizando,assim, o todo.
A coluna Hip-Hop a lápis, na minha concepção, está consolidada e representa a relevante conquista de mais um importante espaço democrático para o movimento. Espaços estes que têm sido "Motor" de inúmeros debates, que tanto têm contribuído na elaboração do pensamento mais avançado,que permeia o movimento hip-hop brasileiro.
Rennata Almeida estudante Ciências Sociais da UFBA faz parte no movimento Hip-Hop através do Grafite. Justamente em um dos setores em que a mulher vem ocupando o seu espaço.
Rennata Almeida estudante Ciências Sociais da UFBA faz parte no movimento Hip-Hop através do Grafite. Justamente em um dos setores em que a mulher vem ocupando o seu espaço.
terça-feira, 6 de maio de 2014
Movimento cultural do Hip Hop
O hip hop como movimento cultural é composto por quatro manifestações
artísticas principais: MCing que é a manifestação do mestre de
cerimônias, é o que anima a festa com suas rimas improvisadas, a instrumentação dos DJs, a dança do break dance (também conhecido como breaking ou b-boying em alguns lugares) e a pintura do grafite, com esse movimento o hip-hop tem servido como ferramenta de
integração social e mesmo de re-socialização de jovens das periferias no
sentido de romper com essa realidade.
segunda-feira, 5 de maio de 2014
“Homens do Hip Hop pela Não Violência contra a Mulher”
O silêncio dos homens perante violências protagonizadas por outros
homens contribui para a continuidade da violência domestica e o movimento Hip
Hop brasileiro não quer fazer parte dos ficam de boca calada.
O projeto “Homens do Hip Hop pela Não Violência contra a Mulher”
foi criado pela REDEH (Rede de Desenvolvimento Humano) com o apoio do UNIFEM e conta com a participação de
diversos Mcs e lideranças do movimento trazendo como pauta discussões sobre machismo,
desigualdade e descaso social, problemas familiares e a naturalidade com que a violência
contra a mulher é tratada. O resultado se deu em 10 composições inéditas gravadas
em um CD. O nosso blog correu atrás e achamos o link do CD inteirinho disponível
para download. Saca só:
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