O Hip Hop é um movimento cultural iniciado no final da década de 1960 nos Estados Unidos como forma de reação aos conflitos sociais e à violência sofrida pelas classes menos favorecidas da sociedade urbana. Movimento de reivindicação de espaço e voz das periferias, traduzido nas letras questionadoras e agressivas, no ritmo forte e intenso e nas imagens grafitadas pelos muros das cidades.
terça-feira, 27 de maio de 2014
Feminismo: Mulheres do Hip Hop na busca por reconhecimento
Uma nova e diversificada geração de mulheres jovens vem dando exemplos de que,
apesar das muitas e fundamentais conquistas conseguidas até aqui, ainda há muito por que
lutar para transformar relações de poder baseadas nas desigualdades de gênero. Na cultura Hip Hop. Sendo uma das expressões culturais juvenis de maior visibilidade no Brasil e em outros países, o lugar das mulheres ainda é reduzido e aquelas que buscam se inserir têm que lutar cotidianamente por mais espaço e reconhecimento dentro de uma cultura regida por uma lógica masculina que as torna quase sempre invisíveis.
Nesse processo, a relação entre mulheres do Hip Hop e movimentos e organizações
não governamentais feministas, de mulheres e/ ou de mulheres negras é inegável. ONGs
como Geledés, em São Paulo, e Criola e Cemina, no Rio de Janeiro, passam a trabalhar com
Hip Hop a partir da perspectiva de gênero e/ou da luta das mulheres negras e, nesse processo,
jovens mulheres do Hip Hop passam a se vincular a iniciativas dessas organizações.
Não se pode afirmar que a relação entre mulheres e homens no universo do Hip Hop
tenha sido profundamente alterada. A cultura Hip Hop encontra-se
inserida em uma sociedade onde, apesar de importantes conquistas da luta pelos direitos das
mulheres nas últimas décadas, as desigualdades de gênero continuam presentes em muitas
esferas das relações sociais (diferenças salariais na ocupação de um mesmo posto de trabalho, 9
altos índices de violência contra a mulher, responsabilização majoritária da mulher pela
realização das tarefas domésticas e cuidados com as crianças (filhos(as), irmãos(ãs), netos(as)
etc). Quando se pensa que tais desigualdades de gênero estão também desigualmente
“distribuídas” entre as mulheres brasileiras de acordo com sua classe social, raça e local de
moradia e que a maior parte das participantes de grupos e movimentos de Hip Hop são
mulheres negras, pobres e moradoras de bairros periféricos e/ou favelas, é possível concluir
que entre elas estão mulheres que lidam com tais desigualdades de maneira ainda mais
profunda em seu cotidiano.
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