quarta-feira, 28 de maio de 2014

MULHER NO HIP HOP

Nas últimas décadas, uma nova geração de mulheres parece estar usufruindo de muitas conquistas das lutas de gerações anteriores de mulheres militantes como o maior espaço no mercado de trabalho, terem deixado de ser propriedade de seus maridos, a maternidade estar passando a ser escolha e não destino etc. No entanto, segundo BIONDI (2000), houve um momento na história do feminismo em que se percebeu que as experiências e demandas que vinham sendo discutidas pelo movimento eram, basicamente, as das mulheres brancas, heterossexuais, de classe média e que estas estavam sendo generalizadas e validadas como de todas as mulheres. No Hip Hop essas questões também são discutidas pelas ativistas e agentes do mesmo, pois no rol de “questões sociais”, apenas muito recentemente aumenta a força de questões relativas à mulher. É possível perceber que, nas letras de rap de muitos grupos no Brasil e nos EUA, as mulheres aparecem como símbolos de status e objetos de consumo, ao lado de carros, jóias, armas e apartamentos. Muitas MC’s contam que já foram vaiadas durante shows e questionadas quanto sua capacidade como rappers, DJs, grafiteiras ou b.girls apenas por ser mulher. Esse preconceito intrínseco ao Hip Hop é reflexo de uma sociedade machista, mas que a luta diária das mulheres construindo uma nova cena, como diz a MC de Belo Horizonte, Bárbara Sweet: “Com a formação da Frente Nacional de Mulheres do Hip Hop (FNMH2), movimento criado por ativistas, artistas e simpatizantes de todo país, que se reuniram para se expressar, debater e reivindicar mais espaço dentro cultura urbana para as mulheres, novas ações foram pensadas e a Liga Feminina de MCS já é um resultado da (FNMH2), que terá eliminatória em algumas cidades do Brasil. A ideia é fomentar e difundir a cultura do freestyle e das batalhas entre as mulheres, ajudando a trazer pra cena, através do intercâmbio com outras e do apoio mútuo, mais mulheres pro palco. Acho que a mulher está de fato descobrindo seu espaço. Não só no Hip Hop, mas na sociedade em geral. E o rap é só um reflexo. Acho que mais mulheres tem se mostrado competentes e independentes, fazendo som e rima de qualidade. Com uma pegada feminina linda e original. Acho que dentro dos 4 elementos as mulheres vem alcançando uma visibilidade baseada em competência e não em ser mulher de ciclano ou Beltrano. Ou em apenas ser uma mulher na cena. 

- Lisia Lira.

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